Letras encontradas num baú com cheiro a frutos maduros, uma réstia de Cesário Verde, deambulando de saia na actualidade... São os poemas da Maça de Prata.
Desabafo da Menina
Era uma vez a menina
cheia de vivacidade
um dia escondeu-se no meio
de sete almofadas de idade
não acho bem essa sina
conforma-te ó menina
não acho bem essa sina
conforma-te ó menina
um dia apanhou o cabelo
pintou os olhos sem medo
não fez por esperar a verdade
encarou a mentira de frente
e assim sendo se libertou
pequena menina de cabelos ondulados
e pestanas alisadas
pequena menina
era uma vez a menina
cheia de vivacidade
um dia escondeu-se no meio
de sete almofadas de idade
não acho bem essa sina
conforma-te ó menina
não acho bem essa sina
conforma-te ó menina
um dia apanhou o cabelo
pintou os olhos sem medo
não fez por esperar a verdade
encarou a mentira de frente
e assim sendo se libertou
do cordão que atava a vontade
assim sendo se libertou
do cordão que atava a vontade.
Fruto
Um dia vivi no passado, senti as muralhas e os becos cheirosos
Levei uma saia rodada, senti-me olhada e envergonhada
Deixei
Então as pinturas usadas e o blush rosado na mala em casa
Pintei,
Em vez, um desenho encarnado e abstracto, ache que era inato e
Empenhei
Vivências que achamos pirosas e pouco airosas embalam o futuro
Pitadas de risos e camadas de sonho empilhados no canto da mente
Viajo por campos de milho e relva cortada ao calor do sol
E sinto que guardo comigo este fruto que cheira a saudade e pele queimada
Partilho contigo este dom que sabe a mar e terra molhada
Fantasio sobre noites passadas à beira de cães e pessoas ousadas
Dias menos produtivos e cheio de sinos maltratam o coração
Fornadas de choro calado e meio oprimido que ficam nos rés-do-chão
Pequeno é o sonho
Melhor então a vida.
Letras: Cheila Cunha para Maçã de Prata
quinta-feira, 14 de maio de 2009
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Menina Sheila ou Cheila... Parabéns pelas letras!
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