quinta-feira, 14 de maio de 2009

NUA - os primeiros rascunhos perfumados

Três poemas carregados por uma mulher. A Dânia deixa-nos mudos, com as palavras soltas ao vento, cabelos sussurrados por folhas brancas. Nua, só.

Sonho Carnal

Sozinha
só e perdida
procuro
o calor

sombra sem alma
mente perdida
procuras o medo
sem razão

sente o calor

deixa levar-te
para a vida
onde o
tempo não
tem fim

vive o
sonho
da realidade
porque é a
verdadeira
esperança
do mundo.

Nua

Sentes-te fria
com os pés
no rio

ao sentir
a lama
na tua pele

dia
gélido
sem sol
alma nua
posta crua
no mundo assim

sentes-te firme
no solo sujo
do papel

e assim se escreve

que é assim que se perde
o norte e o sul
é assim que se inverte
a certeza de estar de pé

pois é certo
que está perto
a macabra decisão

de forçar
fugitiva
essa leve sensação.

Bela e o Monstro

Vem aí
vem aí

vem aí um monstro grande
para te apanhar
p'ra te devorar
p'ra te matar

e vai dançar contigo
a noite toda
e vai-te mostrar que é teu amigo
e vai-te ensinar a dançar

e mostrar que é teu amigo
e o resto é apenas contigo

pois é ele

vem aí
vem aí
vem aí um monstro grande.

Letras: Dânia Jorge para NUA (co-autoria de Bruno Broa)

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